segunda-feira, 27 de agosto de 2012

FONTE DO LUGAR

FONTE DO LUGAR

Os participantes no V Encontro de Blogs visitaram a Fonte do Lugar em Sendim.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sendim é uma das vilas mais ricas em tradições e o seu rancho infantil de danças tradicionais mirandesas é uma verdadeira obra prima do traje mirandês e o colorido e decoração dos saiotes são uma verdadeira maravilha da cultura e tradição do Planalto Mirandês.

Rancho Infantil a desfilar pelas ruas da vila

terça-feira, 21 de agosto de 2007

OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SENDIM

OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SENDIM


Sendim tem uma das corporações mais activas do Distrito de Bragança. Para isso muito contribui a juventude do seu corpo activo e o empenho que pôe na sua formação contínua.



No dia 16 de Agosto fizeram mais uma acção de formação na Cooperativa Agricola Ribadouro. Além da formação em si foi um momento bonito de se ver.





Hoje, quando escrevo este "post", sei que outra acção foi feita no rio Douro, para além de terem ajudado no combate ao incêndio que hoje se verificou no concelho de Mogadouro.






É ainda de realçar a boa relação que mantém com todas as corporações do distrito e com muitas do país.
Não é pois por acaso, que as entidades oficiais têm apreço pelo seu desempenho.
Um bem hajam de um sendinês.

sábado, 4 de agosto de 2007

VIRIATO E AS ARRIBAS DO DOURO

SENDIM - FARIZA - ARRIBAS DO DOURO - VIRIATO


pendones de la fiesta



Ua moneda de prata eibérica an Sendin

Un die fui a bejitar ua eirmita acerca de Fariza, an Spanha, de l outro lado del riu Douro, delantre de Bilachana, i quedei ademirado. La fiesta que fázen alhá, chaman-le la fiesta de ls Viriatos.
Muitos outores dízen que Viriato andube pur estes lados. Ten ua Státua an Çamora. Cierto ou no, l que se puode dezir ye que giente amportante, de l sou tiempo, porqui passou. Se nó, cumo se splica que ne l termo de Sendin se ancuntrara ua moneda eibérica de prata?
La stória bai-se fazendo als poucos, i a las bezes, tenemos que ancontrar decumientos i saber liendas, ó tradiciones, que fágan la ligaçon para tirar cunclusones.
Dar-las a coincer ye un ampercípio para quin querga studar bien l assunto.
Pus quedai a saber, que ye cierto, que esto ye berdade. La tradicion eijiste e la moneda tamien. (1)

(1)-Ber:  Memorias Arqueológicas, Tomo IX, pag. 477, por Francisco Manuel Alves.
Abiso:
Este testo, cunsante las regras de la Cumbençon Ourtográfica de la Léngua Mirandesa i de la sue Purmeira Adenda, stá solo screbido cun L- an percípio de palabra, a la moda de l mirandés de Sendin.



terça-feira, 17 de julho de 2007

SENDIM - LA FRAUGA

Tiu Marchacan


La frauga era l lhugar onde se fazie todo l serbício de ferreiro. Zde ls outensílios anté las ferramientas, de fierro, para ls trabalhos ne l campo.
Habie quaisque an todas las tierras ua frauga, que serbie bárias pessonas. An Sendin zde que me lhembre habie seis. Mas la derradeira a cerrar fui la de tiu “Marchacan”.
Drento tenie ua fornalha onde se ponie roujo l fierro. Na fornalha l carbon tenie que star siempre an brasa i para esso, la frauga tenie un fole mui grande que fazie cun que las brasas stubíssen siempre mais bormeilhas que la lacre.
Quando l fierro stába mesmo cumo la lacre, era tirado cun uas tanazes de fierro mui grandes i era puosto na bigorna onde era malhado para ganhar la forma que se querie.
Se era un outensilio pequeinho ou tenie arte era l ferreiro que l malhába cun ua mano, enquanto l agarrába cun las tanazes na outra.
L ferreiro usába un mandil de cuiro que cobrie tamien l peito.
Quando ls lhabradores querien aguçar las ferramientas ou fazer algun outensilio, marcában un die par esse serbício, dezie-se anton que andában de frauga.
Juntában-se dous ou três, i nesse die tenien que malhar a bun malhar, yá que nun se podie deixar sfriar l fierro.



Nesse die era malhar a bun malhar


Al mesmo tiempo tenien que dar al fole, para que la fornalha stubísse bien rouja.
Habie que saber sfriar l fierro para quedar bien temprado. Para l sfriar metien-lo nua pila de piedra chena d´auga, mas cun cierto cuidado i sabedorie, nesto stába muito de la arte de l ferreiro.
Inda hoije hai bários ditos subre l trabalho de frauga:
- Ye malhar l fierro anquanto stá caliente.
- Assoprar antes que se apague.
- Sin buona tempra la faca nun corta.
- Querer cumbencir un burro ye malhar en fierro friu.
Sendin tube siempre ferreiros afamados. Tiu Margalho i ls filhos, tiu Marchacan i tiu Manuel Peres Pícaro fúrun ls que you melhor coinci.
Tiu Margalho ganhou mesmo un prémio nua sposiçon i bieno a ser cumbidado a ir pa la Oustrália a trabalhar.
Inda hoije hai an Sendin la rue de la frauga.

domingo, 24 de junho de 2007

PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(14)

continuação

Cada “lhaço” é dançado no geral, quatro vezes e no fim os dançadores, já sem bater os paus, dançam a “bicha”, que é uma dança, em que os dançadores, dançando e tocando as castanholas, vão em duas filas na direcção do público, abrindo cada fila para seu lado, na frente do palco, voltando a fazer uma fila na direcção contrária. Acabam dando um salto, ficando voltados cara com cara as duas filas.

Porque achamos de interesse, vamos ainda dar uma explicação de três “lhaços”.

“Ls Oufícios” – Neste “lhaço”, como o nome indica, são representados quatro ofícios que cada grupo acha mais usuais ou representativos da actividade da sua terra.
Em Sendim, os quatro ofícios que se costumam apresentar são os de ferreiro, carpinteiro, barbeiro e ferrador.
No fim de cada dança, cada par, uma guia e um peão, representam o seu ofício.
Um par faz o ferreiro, o peão põe os paus na horizontal e a guia com os paus juntos simula malhar o ferro, batendo nos paus do peão.
Outro par faz o carpinteiro, o peão põe os paus na horizontal e a guia na vertical e movimentando os paus um para cima e o outro para baixo, simulam serrar.
Outro par faz o barbeiro, o peão põe os paus atrás, na vertical, seguros pelas mãos, e senta-se neles, enquanto a guia simula fazer-lhe a barba, servindo um pau de navalha e o outro de afiador.
O outro par faz de ferrador, o peão faz de “burro”, inclinado para a frente, apoiado sobre os dois paus, levanta uma perna para trás e a guia segura a perna com um pau e com o outro simula ferrar. Aqui o peão pode simular dar um coice, a guia simula tirar o casco, bater na sola. É tudo uma questão de imaginação.

“Las rosas” – Este “lhaço” é apenas dançado, não se utilizando os paus. Ao som da gaita-de-foles e tocando as castanholas, os pauliteiros dançam a “bitcha”. Mas, quem melhor que o nosso conterrâneo, Pe. Mourinho, para descrever esta dança?
«Esta só se faz em volta de um alqueire de trigo cogulado, sobre o qual espetam uma estaca de que pende abundante fumeiro de carne de porco e se coloca um jarro de vinho.
Os dançantes executam, várias voltas circundando a oferta; no tempo devido, vêm de dois em dois celebrar a festa, dançando e sacudindo os pés, sobre a valiosa esmola, como que em bênção ou exorcismo o que me parece a transformam e definem como uma autêntica dança ritual. Dela já recolhi várias e boas imagens que oportunamente serão publicadas com texto mais desenvolvido

O “salto ao castelo” ou “assalto ao castelo” é uma dança sem paus e em que depois de dançarem a “bitcha” os peões de cada fila se colocam um aos ombros do outro, fazendo dois pilares voltados um para o outro, no meio do palco. Ao mesmo tempo as guias dançando, dois de um lado e dois do outro, preparam o momento do salto.
O gaiteiro dá um sinal com a gaita-de-foles, uma das guias toma balanço para saltar, enquanto as outras se juntam aos pilares feitos pelos peões, ficando uma a fazer de “burro”, no meio, e as outras duas, cada uma de seu lado, encostadas ao burro, esperam pelo saltador.
Este, ajudado pela guia do seu lado, salta pelo meio, dando uma cambalhota e indo cair do outro lado, onde a outra guia o ajuda a ficar em pé. Formam as filas novamente e dançam a “bitcha”.

Isto é o essencial para se entender a dança e poder apreciá-la melhor.

terça-feira, 12 de junho de 2007

PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(13)

continuação

Porque julgamos relevante, vamos dar uma explicação das principais variantes que se encadeiam durante a dança de um “lhaço”. Há “lhaços” que têm várias e outros apenas uma ou duas. O início, a passagem e a “bitcha” é que são praticamente comuns a todas.
O grupo é constituído por oito pauliteiros que se dispõem em duas filas paralelas. Os pauliteiros das pontas são as guias e os de dentro são os peões.
Isto é importante saber-se para se poder dançar bem, já que os peões, por regra, nunca podem deixar as suas respectivas guias.
As duas guias de cada ponta e os seus peões fazem a quatrada.

Quatrada – Os quatro pauliteiros que formam a quatrada trocam entre si de posição, batendo os paus, acabando sempre por ocupar a posição inicial. A quatrada pode fazer-se com ou sem paragem a seguir a cada vez que se cruzam os pares, ou em movimentos seguidos.

Corrida – Os guias de uma ponta, levando atrás todos os dançadores da sua fila vão na direcção da outra ponta, em círculos ovais, batendo com os paus e regressando ao seu lugar inicial.

Guias adentro e peões afora – Os peões rodam, um quarto de volta, na direcção do centro das filas, batendo os paus e dando um passo lateral e para fora, vão ocupar o lugar das guias (fora), deixando espaço para estas, que rodando ao mesmo tempo e no mesmo sentido, dão um passo em frente ocupando o lugar dos peões, ao meio (dentro), ficando de frente para as guias da outra extremidade das suas respectivas filas.

Guias afora e peões adentro – Os peões e as guias fazem os movimentos contrários à dança anterior, como facilmente se deduz, indo ocupar os seus devidos lugares, já que os peões estão no lugar das guias e as guias no lugar dos peões. Guias afora e peões adentro.

“Desvolta” por dentro e por fora – As filas estão voltadas uma para a outra, as guias e os peões batem os paus nos que têm em frente (peão com peão, guia com guia), cada guia volta-se para o seu peão que por sua vez se volta para a sua guia e batem com os paus. Os peões continuam a rodar na mesma direcção e vão ficar de frente para o outro peão da sua fila com quem batem os paus. As guias acompanham o movimento dos peões e saltando vão bater nas guias da sua fila, fazendo uma fila perpendicular à primeira. Fazem o movimento inverso e regressam aos seus lugares, batendo sempre os paus.
As guias podem ainda, ao bater guia com guia, cruzarem e irem bater os paus com os peões das outras guias e saltando irem bater com as guias da sua fila, mas já no outro extremo das filas.

Guias em volta – Os peões juntam-se ao meio, costas com costas e em movimento contrário às guias, vão aparando, com os paus o batimento dos paus das guias que rodam em volta deles. Ou fazem passes, esquerda, direita.

A passagem acontece no fim de cada dança, em que os dançadores de uma fila passam pelos da outra, indo formar duas filas perpendiculares às iniciais, batendo sempre os paus.

“Cada terra com seu uso e cada roca com seu fuso”, diz o ditado, também estes passes de dança têm várias formas de interpretação e nós não nos julgamos como os mais entendidos, mas foi assim que aprendemos. Mesmo o nome pode divergir, bom seria analisar “lhaço” por “lhaço” e descrever a coreografia deles com as variantes de terra para terra.
Não é a finalidade deste trabalho, mas estamos disponíveis para o fazer ou ajudar a fazer.
Este trabalho apenas quer ser um registo de memória sobre os pauliteiros, mas que pode ajudar em vários campos.

Há depois várias variantes que cada grupo tem e que diz da sua qualidade e ainda várias formas de bater os paus; o pau picado (bater os seus paus um no outro), por cima ou por baixo, antes de bater nos paus dos outros dançadores, pau simples, paus juntos, paus em cruz, pau de corrida e o pau simples em cima ou em baixo.
Dançar com os pés, ao mesmo tempo que se deslocam nos vários passes, é também um pormenor importante.
Isto tudo exige, como se deduz facilmente, uma maior destreza.
continua...